O meu forró...

Meu forró tem elegância
Joga charme e simpatia
Aonde chega dá alegria
Em grupo ou estando só
Apronta-se logo o gogó
Dá um tempero na goela
Que nosso peito é janela
Aberta para o forró
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Pois forró é uma arte
Embalado em poesia
Está em qualquer galeria
Nos palcos e em garagens
Assim não pede passagem
Pra trafegar na avenida
Tem forma bem definida
É único em sua linhagem
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Esta linha de poesia
Não suporta ouvir besteira
Sua tese é verdadeira
Sem teoria ou postulado
É prego batido e virado
Assim mantém seu carisma
Brindando contra o sofisma
De alguém mal intencionado
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Querem fazer do forró
De rico a primo pobre
Que toda vida foi nobre
Em valor gramatical
Misturaram com metal
Desceu no intestino grosso
Com sabor pra lá de insosso
Bem mole e cheirando mal
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Obra ruim também é arte?
Vai logo caindo os tacos
Chega, e logo enche o saco
Também é descartado
Vai pro lixo do passado
Num recantim da vaidade
Obra boa de verdade
Não perde o timbre do som
Só fica porque é bom
Passando deixa saudade
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O forró é nordestino
Igualmente a rapadura
Sem botar muita mistura
Pra não perder o tempero
Forró é gavião peneiro
Peneirando na altura
Cacimba de água pura
Pega-de-boi e vaqueiro
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Esta obra é completa
Não perde sua qualidade
Tem sua originalidade
E nada a desenterra
Neste local se encerra
Pra quê subir a montanha?
Se em qualquer lugar só ganha
O meu forró pé de serra.